NATUREZA SELVAGEM
Fogo e pólvora se entreolhando.
Enamorados, lascivos,
Prontos a acasalar sob metais pontiagudos.
Cão raivoso cuja coleira está prestes.
Amarras que tendem a ceder
À força dos trancos
Do ranger de dentes e da escuma.
Grande libélula, ou pássaro, ou flor.
Dotados da poção mortífera,
Do mais letal dos venenos,
Da sedutora aniquilação
E da beleza.
Diamante de ponta de lança.
Ouro de adaga afiadíssima.
Prata no fio agudo das navalhas,
E outros metais e outras gemas
Igualmente contundentes
Propícios para flechas.
Eis a máquina diante do espelho
Com seu elmo de penas negras
Dos corvos sacrificados,
E eis seus olhos cintilantes e vermelhos,
Pacíficos, perenes, inabaláveis.
Couraça de ossos e dentes,
Pele áspera, urticante. Coração macio.
Bicho homem,
Completo. Inteiro.
Desvendado.
E nu.
3 comentários:
Olá Agnaldo!
Não esqueci de te visitar e...
gostei do poema. Selvagem!
bjos,
Rosa
forte e bonito
Rosa,
Bem-vinda,
Obrigado pela visita e volte sempre.
Martinez
Ainda não o(a) conheço, mas agradeço a visita e o comentário.
Volte sempre.
Abraço a vocês.
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