Não sou digno
Do olhar daquela estrela.
Humildemente lhe imploro
Que desapareça;
Não que não o deseje com fervor
Nem suplique desde o íntimo por ele,
Mas porque, quando me olha,
Sozinha como está,
Seu brilho solitário, assustador,
Vai desbotando
As autoconvicções que insisto
Em cultivar.
Não sou digno, sequer,
Que, de relance,
Lance raios.
Ou que por descuido
Deixe cair pedaços de sua solidão
Profunda, encantadora.
Não sou digno
De tê-la em minha varanda
Mesmo que em desvario.
Por ser demais,
Mesmo que em desvario,
Ter uma estrela na varanda.
Não sou digno
De olhar aquela estrela.
Meu olhar,
Meu desejo fulminante de vê-la,
A empalideceriam
E ela deixaria de ser
A única estrela
Para ser a minha estrela,
Coisa que não mereço.
O céu,
Os outros olhos,
Merecem-na mais do que eu.
[Dos: POEMAS DO ESTOQUE]
4 comentários:
Gui, que beleza ficou aqui!!!! Beijo bem grande
Crikolinas linda de meu coração,
Estou felizinho de tudo com sua volta e visita.
Agora é manter o ritmo. Amo você (viu, uma declaração pública na internet?)!
Super beijo.
Acabaste de dar mais, muito mais brilho a ela com este poema!
Beijo.
Lara,
E você acabou de fazer meus olhos brilharem de emoção. Grato, muito grato.
Super beijo.
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