Sem resguardo;
Quando me apanhassem
Renderia homenagens à traição.
E muito vulnerável
Que me encontrassem,
Descobririam em mim nenhuma salvação.
Destituído de nobreza,
Do fogo-fátuo das pretensões,
Engatilhariam suas armas
Para o meu sem fim de armações.
E eu riria alto, ofegante,
Riria extenso e tresloucado.
Eu riria como nunca antes,
Como se antes só houvesse chorado.
E correria rumo à barricada
Sem temores existenciais,
Para oferecer-me, ao serem disparadas,
As armas,
Desembainhados
Os punhais.
Desafeto da resistência,
Desarticulado de defesas,
Se me atingissem quiçá eu florisse,
Em gérberas púrpuras, acesas.
E sorriria,
E ruiria,
E correria até me gastar.
Alguém de nós – ou muitos – no fim cessaria.
Eu de sorrir
Ou eles de atirar.
[Dos: POEMAS DE VIAGEM - EM JOINVILLE-SC]
12 comentários:
Sosa extraordinária. Estão canção então...
Poeta Agnaldo, uma quarta cor de rosa e que tudo possa fluir sem dor e sem traições.
"Se me atingissem quiçá eu florisse,
Em gérberas púrpuras, acesas."
Muito bom, poeta!
Beijo.
Eliane querida,
Sosa jovem ainda, no ápice da voz (embora não da maturidade de cantante) faz com que todas as palavras ganhem asas.
Essa mulher era, aliás, ainda é, maravilhosa.
Dias cor-de-rosa para você. Com flores, gérberas e pessoas queridas (vestidas ou não de rosa).
Super beijo.
Naty e Carlos,
Chegar em casa e encontrar visitas é sempre muito bom!
Quando tais visitas trazem regalos - como as palavras precisas sobre o amor, que generosamente dividiram - a casa fica ainda mais alegre.
Sejam bem-vindos!
Por aqui há sempre lavanda nas janelas, melancia no refrigerador e chá de hibisco sempre quente, esperando pelas visitas.
Voltem quando quiserem. Será um prazer tê-los por aqui.
Super abraço.
Lara,
Estou sentindo falta de você. Digo, de seus textos, de sua presença poética no teatro.
Fico colado na "janelinha", esperando postagens suas...
Mas não se sinta pressionada. Sei que algumas coisas nascem sozinhas, mesmo que façamos força para pari-las.
Fico esperando (e torcendo).
Super beijo.
Lara,
Um P.S.:
Não sei por que cargas d'água deixei de responder ao seu post no "EXPEDIÇÕES MÍTICAS".
Acabei de corrigir a falha. Reverentemente me desculpo.
Super beijo.
que bonito!
APO (Bem-Trapilho),
Você parece olhar o texto de cima para baixo (pela sua foto), e isso é ótimo, ganha uma dimensão diferente.
É muito bom receber novas visitas, especialmente as que não são tímidas; que passam, entram em casa e fazem questão de marcar presença.
Seja bem-vindo ao espelho.
A casa está sempre aberta e arejada, para que volte sempre que desejar.
Um super abraço.
Agnaldo querido
pensar aue houve tempos em que o homem só se realizava pela guerra...que vivia toda uma vida(curta, diga-se...) em luta sangranta contra "os inimigos";
e sequeava e estuprava e se apoderava...as coisas não mudaram tanto, poeta.
E...tenha pena de mim...Mercedes Sosa...Ouço Alfonsina y el mar, choro.
um beijooo!
Neuzza querida,
O homem faz movimentos de evolução e involução simultaneamente. Na medida que cresce seu poder de raciocínio, aumenta também outras ganas animalescas.
Que a poesia nos salve da vala comum.
E Mercedes... Bom, você já disse.
Super beijo.
Meu querido, escrevo até bastante, mas não estou postando muito porque ando fazendo cursinho, estudando. Até para comentar estou ausente, vc nem tem noção da falta que me faz vir aqui para ler os amigos, principalmente poetas que muito prezo como vc.
Chegarei por vezes atrasada; outras, silente, mas virei, ok?
Beijo, obrigada pelo seu apoio lá no meu Teatro.
Lara,
Pois, olha, você nunca vai chegar tarde... Venha quando vier, não vai se atrasar, nunca.
Super beijo.
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