[Imagem: Office in a small city - Edward Hopper
Vídeo: Back to black - Amy Winehouse]
Findas as coisas velhas,
Desbotam-se brochuras onde esteve escrito
O tempo em tintas de apagar.
Vejo o horizonte no infinito, a se confundir.
As luzes do ocaso e da aurora têm o mesmo gosto doce
De quando eu era criança. O mesmo gosto doce.
O bastidor onde se estica a vida
Para que se possa tecer, fio a fio, ponto a ponto,
A história,
A partir de algum tempo
Já não prende o tecido como deveria...
Bordamos torto, então, bordamos torto o bordado dos dias
Para que, de assimetrias, vivamos.
Tortos, mancos e belos, ainda que irregulares.
E como me caem as folhas.
Como na brochura amarelada
Onde escrevi a minha vida
Em tintas de apagar...
Depois do tempo, eu não terei sido.
Dos: [POEMAS RECÉM-NASCIDOS]
2 comentários:
Passei teu conato pra minha irmã. Ela escreve bem. Melhor e menos do que eu. Bjos no Neymar. Andrei.
Meu caro Andrei,
Só agora, depois de ter encontrado a Pethula no blog foi que liguei o nome à causa. Durante muito tempo fiquei pensando em quem poderia ser esse Andrei, que bom que é você, meu caro amigo.
Grande abraço e obrigado pela indicação.
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