"PORQUE NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO" (Caetano Veloso).

terça-feira, 7 de setembro de 2010

POEMAS RECÉM-NASCIDOS


SELVAGEM

Cru
Homem sem pele
Aprende com serpentes
A se reinventar

Manca
Pisa em falso
Hiena que perdeu para os leões
A luta
A comida
A perna
Insiste em rir

Come vespas
Imaginando mel
Beija ferrões
Pensando serem doces
Anda torto
Para o lado
Sonhando que o mundo
Esteja penso.

Belo
Feito um morcego
Pinta de negro
Asas de querubins
Para que negras sejam
Ele seja
E não morcego

Homem alado
Magnífico e mitológico
Objeto da própria arqueologia
De si o arqui-inimigo

Escava

Quanto mais fundo
Mais asa
Mais perigo.


2 comentários:

Unknown disse...

Isso!!!!
Quanto mais fundo, eu diria, mais dor, mais asas, mais perigo ... mais liberto!

Que bom te encontrar!!!

AGNALDO NO ESPELHO disse...

Nina Pullitas,

Saudades.

Enfim você por aqui. Estava fazendo falta...

Pois é, quando mais fundo...

Mais tudo [inclusive e principalmente perigo]. E quem foi que disse que o conhecimento protege? No caso, o auto-conhecimento é que expõe, faz cair as armaduras.

Volte!

Vou ficar te vigiando só para ver se não me esquece novamente.

Super beijo.