POEMA EM PRETO E BRANCO
Cervo da noite.
Dono de um coração cuja musculatura
A manhã tratou de refrigerar
Com o primeiro orvalho.
Ele assistia.
Esvaía-se o dia em sangue dourado
Jorrado desde a ferida aguda no âmago alto do céu.
Vazava a luz áurea sangrando o universo
(O Apolo amputado queimava sobre seu coche)
- Ardia o firmamento
- Queimavam-se as nuvens, o cigarro e as veias.
Nada de pé e tudo ereto.
Até os pêlos, até os ossos, até a lâmina.
O guerreiro, do qual a noite era mãe,
Assistia pacientemente seu inimigo reinar.
Espada em punho ele o via debater-se no alto
E esperava.
Esperava a hora de cravar-lhe o gume certeiro
E vê-lo, por fim,
Atirar-se, ferido, atrás do horizonte
Para morrer.
Reinaria novamente ele,
O guerreiro.
Escuro e quieto sob seu manto negro.
Irmão da lua, das aves que caçam nas sombras,
Reconstruiria seu reino de mistérios sobre os rochedos e o mar.
E nada além, acima ou acerca de seus muros
Brilharia
Até o novo dia
Quando, destronado,
Assistiria o universo se incendiar.
(Queimaria secretamente também, por doze horas,
Guardando a negra fumaça de sua carne
Para tudo enegrecer
Sucessivamente).
Cervo da noite.
Dono de um coração cuja musculatura
A manhã tratou de refrigerar
Com o primeiro orvalho.
Ele assistia.
Esvaía-se o dia em sangue dourado
Jorrado desde a ferida aguda no âmago alto do céu.
Vazava a luz áurea sangrando o universo
(O Apolo amputado queimava sobre seu coche)
- Ardia o firmamento
- Queimavam-se as nuvens, o cigarro e as veias.
Nada de pé e tudo ereto.
Até os pêlos, até os ossos, até a lâmina.
O guerreiro, do qual a noite era mãe,
Assistia pacientemente seu inimigo reinar.
Espada em punho ele o via debater-se no alto
E esperava.
Esperava a hora de cravar-lhe o gume certeiro
E vê-lo, por fim,
Atirar-se, ferido, atrás do horizonte
Para morrer.
Reinaria novamente ele,
O guerreiro.
Escuro e quieto sob seu manto negro.
Irmão da lua, das aves que caçam nas sombras,
Reconstruiria seu reino de mistérios sobre os rochedos e o mar.
E nada além, acima ou acerca de seus muros
Brilharia
Até o novo dia
Quando, destronado,
Assistiria o universo se incendiar.
(Queimaria secretamente também, por doze horas,
Guardando a negra fumaça de sua carne
Para tudo enegrecer
Sucessivamente).
2 comentários:
salve Agnaldo
tô em Londrina desde sexta, mergulhada no clima de família: ver irmãos, irmãs, contemplar o jardim da mãe, olhar o sol pela manhã, sol limpo...
Dormir melhor
Volto daqui a pouco 22:45 pra Santandré.
Passei ver seu espelho
bj!
...e, lendo seu poema, voou luz pra todo lado; então escrevi, como se já estivesse pronto em algum lugar, esse, Os olhos.
Te agradeço sempre por tanta inspiração
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