A CORUJA
Dias degenerados
Salgados ácidos amaríssimos
Sabores de frutas futuras
Impermeabilizam-me
Finco nos alicerces
A inconstância
Flâmula irrequieta
Nas mãos do vento se vai oferecendo
Dando-se
Recolhendo-se
Andares abaixo
Meninos degenerados acendem
Bombinhas explodem
Ondas de choque estampidos
Canonizam em pólvora
A alvorada
Frio tem sido
Frio o tecido
Frios os arcos da ponte o mar os diamantes
Em meus olhos
Frios e brilhantes
Árticos arcos ponte mar meu olhar
Diamantes
Sonho com uma ave
Que arrapine bombinhas
Regurgite idade nas bocas dos meninos
Faça o silêncio imperar
O grande ovo do silêncio
Eclodido em meu plexo solar
Pássaro radioso
Com asas me cubra
Voe-me para o alto alto extremo
Alado bicho
Taciturno-luminoso
Coruja das neves
Emplumando alva quietude
Enquanto a noite vem
4 comentários:
As corujas me intrigam. Poeta Agnaldo, sonhar, estabelecer e realizar. Realize sonhos. Hoje mais fácil que ontem.
Eliane querida,
A mim também. Carregam uma aura de mistério e uma virtude oculta sob as penas. Alguns dizem-nas agourentas; pois eu as considero belas, misteriosas e, por isso mesmo, tão encantadoras.
Quanto aos sonhos: sonhar primeiro. Realizar depois. Acho que preciso sonhar um pouco mais.
Super beijo.
Boa Tarde Agnalado!
Gosto de corujas brancas... Elas até quiseram fazer ninho no vão do ar condicionado....não deixei pq seu filhotes iriam fritar,devido ao motor aqueçer muito...
São aves que muitos acham agourentas, para mim são muito sábias, pegam suas presas dormindo rsrsrsrsr.
Abraços de sexta. Os de sábado são bem mais apertados.
Vera,
Gostei disso, abraços com "bula". Já me preparo, ansioso, para os de sábado, acolhendo carinhosamente os de hoje.
Concordo com você, as corujas não têm nada de agourentas; são aves inteligentíssimas, além de lindas.
Super beijo
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