"PORQUE NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO" (Caetano Veloso).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CRÔNICAS PORCINAS.


NÃO VOU TOCAR NO ASSUNTO…

Foram arquivadas as 11 denúncias contra o antigo rei do Maranhão (atual rei do Amapá). Cheiro de pizza recendendo. O pior é que se trata de pizza estragada, assada há mais de quinze dias (de massa pré-recesso, mofada antes mesmo de ir ao forno). Podre como o congresso. De Alicce.

Bola para a frente, porque a minha cota de crônica política eu a dei quando tinha por volta de vinte anos; muita paixão, muita esperança e pouco juízo. Quero falar disso não! Me enjoa, entristece e contribui para que me sinta menos inteligente, mais amargo, ácido e descrente.

Falar de quê? Da dicotomia esperança x vergonha na cara. Sim, porque manter a esperança política é, antes de tudo, um ato de desprezo à vergonha na cara. Gostaria de dizer que não, mas os fatos me contrariam.

Olha que eu sou um otimista, mas um otimista envergonhado. Com receio de assitir televisão e saber mais, enfiar o pé na jaca, ou melhor, na lama, no charco. Ver, saber me constrange, parece até que compactuo.

Havia prometido que não falaria disso, que não me permitiria uma linha a esse respeito, porque intimamente eu já sabia como iria terminar. Não foi a primeira nem será a última vez que o lamaçal, a imundice inunda o país. Hoje somos um povo digno de pena, um bando de náufragos boiando num mar de peixe podre, esperando pelo próximo jogo da seleção brasileira ou pela bolsa-fome da vez. E eleição, claro. Pão, circo e engodo.

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