TRANSMUTAÇÃO ETÉREA
Eclipsar-me
Quando o equinócio vier.
Cravar-me nele
Bandeira, primavera.
Florescer-me narcisos,
Gerânios atômicos.
Ser
Sol
Supernova.
Oculto de mim mesmo.
Solsticiar-me
Desde o outono até...
Não sei.
Lagartear-me
Sobre as sedas da beleza.
Desfazê-las.
Fio
Fome
Fogo e fado.
Reencasular-me.
Abdicar-me
Para o pó e o mofo
Um átomo de cada vez.
Conspurcar-me de luz.
Oferecer-lhe o ventre.
Lua
Lâmpada
Lente.
Parir a minha própria estrela.
Assexuar-me
E como a neblina
Amar todas as coisas úmidas.
Ajardinar-me os pés,
Plantá-los sobre o gelo.
Germiná-los.
Íntimo
Inverno
Infinito
Nevar verdes pétalas de silêncio.
Ser.
Uma aurora boreal de carne e osso.
Uma aurora boreal de carne e osso.
2 comentários:
Bom dia poeta, passei para agradecer as postagens, a semana divertida, o incentivo e desejar boa sorte no fim de semana. E muita inspiração. Mas isto não falta não é?!
Eliane,
O que mais posso dizer além de obrigado. Suas visitas, sempre muito delicadas, são um elogio à alma.
(Ah, de vez em quando falta inspiração sim. Ou melhor, faltam palavras para traduzir a linguagem da alma. Aí é hora de apelar para a transpiração ou ficar remoendo o desejo).
Ótimo final de semana para você também. E, por favor, volte em "edição extraordinária", please, não vá deixar seu leitores famintos.
Super beijo.
Postar um comentário