Fende pedras,
Calçadas;
Porque tem força
O que é para ser,
E se rebela ao claustro
Irremediavelmente.
Não se detém.
O peso da terra,
A agressão úmida,
O concreto armado
Como lápide.
E a semente urge.
Não para
O que tem de ser.
Não pede arrego.
A flor arrebenta o cimento
E cresce no imponderável,
Manchando de beleza
Todas as contrariedades
A flor vinga,
A flor prova
Que para o que há de ser
Não há freio.
Não se amestra
O que nasceu
Para ser livre.
[Dos: POEMAS RECÉM-NASCIDOS]
9 comentários:
Boa Noite Agnaldo!
Já não sei que palavras usar para dizer da lindeza dos seus poemas....
Para dizer da sonoridade do seu vídeo e do prazer em ler o seu "No espelho".
tTenha uma boa noite para um final feliz de feriado.
Beijos
Vera (do nosso Sul),
Não se preocupe com as palavras. O importante são sua presença e generosidade.
Como diria Renato Russo: "Sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?"
O vídeo é realmente um achado; Annie Lennox, qualquer coisa que ela cante (acho até que ciranda cirandinha) em sua voz ganha corpo, ganha alma. Gosto muito dela. Se não cuidar acabo postando só vídeos dela...
Ótimo começo (de semana curta) e ótimo restante de noite de feriado.
Super beijo.
Espelho, espelho meu. Tem aguém mais preguiçoso do que eu? Acho que é o efeito final de ano. ks.
Não vou mentir. Passei para dar um Bom dia. Volto logo mais para ler o poema e sentir a canção.
Bj poeta.
Lindeza, meu querido Agnaldo!
Ah...
Conto-lhe, porque não poderia deixar de fazê-lo: aqui em casa nasceu um mamoeiro numa festa de muro... Tudo cimento! Pois ele produz frutos deliciosos há mais de um ano!
Então, é mesmo o que você diz, nestes seus versos incríveis: tinha de ser...
Amei o poema, amigo!
Enorme abraço
lembra momentos cruciais, aqueles em que a gente se sente emparedado
e teima em subsistir e renasce
nessa aridez do mundinho cão,
que arranca flores, derruba árvores, e pisoteia algum sinal de vida. Agnaldo, eu tenho andado
meio pessimista, rs
um beijo, querido
Annie Lennox sempre
Elianinha,
Se a preguiça não impediu você de vir me ver, já ganhei o dia. O texto você lê depois, com calma, quando já estiver cansada de tanto se dar às delícias de uma boa preguiça.
E você veio me ver, me dar bom dia... O que mais pode querer um poeta desgarrado feito eu? Nada, absolutamente nada, só presenças etéreas e preguiçosas iluminando meus dias corridos.
Obrigado e super beijo.
Zélia,
A natureza não se permite admoestar. Se rebela, estoura muros e adoça olhos e boca, com amarelos e sabores.
Os frutos de seu mamoeiro provam que nada segura a força irrepresável do universo.
Foi um presente à sua alma; poética e generosa a imagem, assim como você.
Super beijo.
Neuzza querida,
O movimento das águas, as marés, e nós, cancerianos, suscetíveis como só nós mesmos, provamos de sensações e emoções que não nos são tão comuns assim, como o pessimismo.
Mas não se preocupe, dá e passa. Como o ciclo das águas, na praia, que vai e volta duas vezes ao dia.
O importante é não permitir que a vesícula biliar do pessimismo estoure e nos deixe amargos. Porque amargos só podem ser os drinks exóticos que ousamos experimentar algum dia na vida, mas não a vida.
Com uma alma como a sua, inquieta e forte, tudo é possível, mas, tenho certeza, o pessimismo não resiste a ela. Espere e verá.
Super beijo.
bálsamo, bálsamo...
querido Agnaldo...
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