Vídeo: Cruzada - Boca Livre e Renato Braz]
Deus me deu esse cajado
Com o qual sulco.
Ele me sustenta.
A aparência equilibrada
Resulta do exercício
De transformá-lo em membro.
E assim tenho
Um braço mais longo,
Que é parte vivo
E parte madeira imaginária,
Embora não se denuncie como tal.
Para me manter ereto
Escoro minhas incertezas
Nas palavras.
Elas suportam
Seu peso.
Quando Deus mo deu,
Por certo não sabia
Que eu o mimetizaria.
Quando Deus mo deu
O fez
Mais por piedade que por bênção.
Meu cajado vernacular,
Escasso e raso,
É o que impede que eu rasteje.
Que eu me torne um réptil
E jamais volte
A ficar de pé.
4 comentários:
Belíssimo, Agnaldo querido!
É sem limite a sua criatividade...
Com que maestria você desenvolve o tema, criando versos de rara profundidade, de raro significado!
Oferece-nos um grandioso presente em forma de poema!
Grata, amigo!
Muito grata!
Imenso abraço
Bom dia Agnaldo Poeta.
Fico pensando como é rico o universo interior de uma pessoa.
E o que ela guarda, o que sonha, o que imagina, o que pensa.
Só assim, com sensibilidade e muita mas muita riqueza, é que se consegue fazer poesias.
Enquanto vc escreve lindos versos, lá estou eu desvendando e analisando o cotidiano.
Bj da Elianinha
Zélia, Eliane, queridíssimas...
Como é bom, depois de um dia longo e cansativo chegar em casa e encontrá-las por aqui.
Sei que ambas merecem respostas personalizadas, mas hoje espero que me perdoem, porque o sono ronda forte e o cansaço já montou no lombo.
Mas não há de ser nada. Logo as coisas entram nos eixos... O que importa é vê-las perfumando minha casa e deixando suas impressões digitais no meu espelho.
Beijo-lhes as mãos, emocionado.
Super beijo.
Fique bem, trabahe, vida intensa. Não se preocupe conosco não é Zelita?
Estamos aqui para te ver e sentir as poesias.
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