
NAU FRÁGIL
Que importa o mar
Pontilhado de amarelo
E a cidade estrelada de baixo para cima?
A ponte que nada atravessa,
Com suas costelas férreas e finas.
Longas, visíveis, viscerais?
De que adianta o céu límpido
A lua nova vestida de pérolas
Ou as nuvens penduradas em varais
Nos cumes da ilha?
Que importam a beleza,
A quietude, as maravilhas,
Se a cabeça dói como o diabo
E a alma amedronta a noite
Com seu silêncio pesado?
Que importa a paisagem
Se tudo é passagem
E o que resta é a ponte fechada
Ligando o nada ao ignorado?
Que importa, afinal,
O olhar do homem que, sentado,
Tenta iluminar a noite
Com seus olhos?
Que importam a pergunta e a resposta
Se só a ignorância salva?
Importam os dedos frios?
Importam as mãos alvas,
Quando tudo mais é desconforto?
De que vale o pleno governo sobre o corpo
Se a cabeça dói e a alma, em coro,
A acompanha?
De que servem a ilha,
O continente
E meu olhar que os apanha
Se nada é capaz de me salvar?
- De resto é o mar...
Que importa o mar
Pontilhado de amarelo
E a cidade estrelada de baixo para cima?
A ponte que nada atravessa,
Com suas costelas férreas e finas.
Longas, visíveis, viscerais?
De que adianta o céu límpido
A lua nova vestida de pérolas
Ou as nuvens penduradas em varais
Nos cumes da ilha?
Que importam a beleza,
A quietude, as maravilhas,
Se a cabeça dói como o diabo
E a alma amedronta a noite
Com seu silêncio pesado?
Que importa a paisagem
Se tudo é passagem
E o que resta é a ponte fechada
Ligando o nada ao ignorado?
Que importa, afinal,
O olhar do homem que, sentado,
Tenta iluminar a noite
Com seus olhos?
Que importam a pergunta e a resposta
Se só a ignorância salva?
Importam os dedos frios?
Importam as mãos alvas,
Quando tudo mais é desconforto?
De que vale o pleno governo sobre o corpo
Se a cabeça dói e a alma, em coro,
A acompanha?
De que servem a ilha,
O continente
E meu olhar que os apanha
Se nada é capaz de me salvar?
- De resto é o mar...
Dentro, fora,
Em todo lugar.
(Afogando a calma,
Fazendo-a afundar).