"PORQUE NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO" (Caetano Veloso).

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

POEMAS RECÉM-NASCIDOS


NATUREZA SELVAGEM

Fogo e pólvora se entreolhando.
Enamorados, lascivos,
Prontos a acasalar sob metais pontiagudos.

Cão raivoso cuja coleira está prestes.
Amarras que tendem a ceder
À força dos trancos
Do ranger de dentes e da escuma.

Grande libélula, ou pássaro, ou flor.
Dotados da poção mortífera,
Do mais letal dos venenos,
Da sedutora aniquilação
E da beleza.

Diamante de ponta de lança.
Ouro de adaga afiadíssima.
Prata no fio agudo das navalhas,
E outros metais e outras gemas
Igualmente contundentes
Propícios para flechas.

Eis a máquina diante do espelho
Com seu elmo de penas negras
Dos corvos sacrificados,
E eis seus olhos cintilantes e vermelhos,
Pacíficos, perenes, inabaláveis.
Couraça de ossos e dentes,
Pele áspera, urticante. Coração macio.

Bicho homem,
Completo. Inteiro.
Desvendado.
E nu.

3 comentários:

Rosa disse...

Olá Agnaldo!

Não esqueci de te visitar e...
gostei do poema. Selvagem!
bjos,
Rosa

Martinez disse...

forte e bonito

AGNALDO NO ESPELHO disse...

Rosa,

Bem-vinda,

Obrigado pela visita e volte sempre.

Martinez

Ainda não o(a) conheço, mas agradeço a visita e o comentário.

Volte sempre.

Abraço a vocês.