LUA
Tem uma lua nascendo dentro da minha sacada. Parece exagero mas é isso mesmo. A bicha tem feito ninho por aqui. Acorda por volta de seis da tarde e se acomoda nas poltronas; no meu banco favorito também. Vem entrando sem respeitar janela, porta, vidro nenhum. Ousada!
Tem cabelos longos e loiros. Desde lá de cima escorrega para dentro como se eu fosse o único a lhe querer (ou como se quisesse somente a mim). Espécie de Midas, mas o metal que ela gera não é ouro, é prata. Que importa? Pois se ainda assim sou rico, não reclamo.
Vive me chamando, convidando para dançar. Dar uns bordejos à beira mar, catar umas conchas, tomar de um coco depois do passeio.
Tenta que eu quero ver! (Sempre penso). Tenha cuidado não, dona, que hora dessas eu lhe atraco! E ela nem aí. Provoca. Deita nas palmeiras, goza sobre as ondas calmas, se enrola nos meus olhos sequiosos e me põe saudades na pele, nas axilas, coxas, embaixo da língua.
É um brilho que não acaba, uma luz que não se entrega às nuvens, uma presença devotada, de todas as noites caídas, uma urgência que tem de me encontrar, de me encantar.
Ela me quer e eu a desejo. Tirasse o São Jorge – com cavalo e dragão – de seu lombo e eu ia, ah se ia. Ia dormir com ela... Não há meio, e é por isso que ela me atiça. Quer que eu me atire. Tá louca! São quinze andares...
Tem cabelos longos e loiros. Desde lá de cima escorrega para dentro como se eu fosse o único a lhe querer (ou como se quisesse somente a mim). Espécie de Midas, mas o metal que ela gera não é ouro, é prata. Que importa? Pois se ainda assim sou rico, não reclamo.
Vive me chamando, convidando para dançar. Dar uns bordejos à beira mar, catar umas conchas, tomar de um coco depois do passeio.
Tenta que eu quero ver! (Sempre penso). Tenha cuidado não, dona, que hora dessas eu lhe atraco! E ela nem aí. Provoca. Deita nas palmeiras, goza sobre as ondas calmas, se enrola nos meus olhos sequiosos e me põe saudades na pele, nas axilas, coxas, embaixo da língua.
É um brilho que não acaba, uma luz que não se entrega às nuvens, uma presença devotada, de todas as noites caídas, uma urgência que tem de me encontrar, de me encantar.
Ela me quer e eu a desejo. Tirasse o São Jorge – com cavalo e dragão – de seu lombo e eu ia, ah se ia. Ia dormir com ela... Não há meio, e é por isso que ela me atiça. Quer que eu me atire. Tá louca! São quinze andares...
Nenhum comentário:
Postar um comentário