SOBRE GELO FINO
Às vezes me pergunto qual a razão. Qual a razão de manter um blog, por exemplo? Qual a razão desse exercício narcisista, desse desespero obcecado em expor sentimentos, opiniões, vísceras emocionais? Chega a ser uma escravidão, mas ela é deliciosa e ocupa os espaços que a sanidade vai cedendo ao mundo e ao cotidiano.
Perguntas para as quais raramente encontro respostas. Pois veja bem, mesmo quando se trata exclusivamente de uma opinião sobre o alheio, ainda assim se transforma em evisceração pública, terrivelmente íntima.
Agarro-me à justificativa mais cômoda, a que está à mão na hora do aperto. Ela me salva do afogamento em dúvidas e da desistência imediata. É assim porque tem de ser. Os textos são brotos de angústia, pedaços de insanidade ceifados e expostos a quem os queira ver.
É preciso coragem para um espelho tão gigantesco e real. Mostrar-se, prostrar-se diante da crítica alheia de forma que ela nos acerte de jeito. Na boca do estômago. Se não for assim, não faça. Não se atreva!
Um blog é um lago congelado onde o que está na superfície revela pouco (ou quase nada) de quem o escreve. Resta o oculto, o submerso sobre águas frias e profundas... Merece duas observações: para quem o produz, é aguardar que alguém se afogue nele; e para quem o lê, aceitar o risco iminente de caminhar sobre gelo fino. E só... (Como se não bastasse).
Às vezes me pergunto qual a razão. Qual a razão de manter um blog, por exemplo? Qual a razão desse exercício narcisista, desse desespero obcecado em expor sentimentos, opiniões, vísceras emocionais? Chega a ser uma escravidão, mas ela é deliciosa e ocupa os espaços que a sanidade vai cedendo ao mundo e ao cotidiano.
Perguntas para as quais raramente encontro respostas. Pois veja bem, mesmo quando se trata exclusivamente de uma opinião sobre o alheio, ainda assim se transforma em evisceração pública, terrivelmente íntima.
Agarro-me à justificativa mais cômoda, a que está à mão na hora do aperto. Ela me salva do afogamento em dúvidas e da desistência imediata. É assim porque tem de ser. Os textos são brotos de angústia, pedaços de insanidade ceifados e expostos a quem os queira ver.
É preciso coragem para um espelho tão gigantesco e real. Mostrar-se, prostrar-se diante da crítica alheia de forma que ela nos acerte de jeito. Na boca do estômago. Se não for assim, não faça. Não se atreva!
Um blog é um lago congelado onde o que está na superfície revela pouco (ou quase nada) de quem o escreve. Resta o oculto, o submerso sobre águas frias e profundas... Merece duas observações: para quem o produz, é aguardar que alguém se afogue nele; e para quem o lê, aceitar o risco iminente de caminhar sobre gelo fino. E só... (Como se não bastasse).
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