DETALHES TÃO PEQUENOS…
Roberto Carlos em um programa de televisão. Pensei no tempo que isso não acontecia e nas razões.
Paulo Coelho (meu Deus, só “medalhões” hoje) escreveu um livro (diga-se de passagem, eu não li) que se chama “O vencedor está só”, e foi a esse título que recorri para tentar desvendar as tais razões de um rei recluso.
O preço da cebola, o filho concluindo a faculdade de matemática, engarrafamentos cada vez maiores, almoço de domingo na casa do compadre (é preciso levar cerveja), rumores sobre um novo confisco da poupança, a escolha das tintas para a reforma da casa no final do ano, a crise que pode chegar ao meu emprego, ao seu... Assuntos que servem de balizadores e nivelam 99% da população em torno da mesma mesa. Rasa, profunda... Cada um que tire as próprias conclusões.
Mas com o que se preocupa Roberto Carlos? Que temas roubam horas de seu sono?
Tenho uma teoria. O vencedor está só porque a ele não é facultado o direito de ser humano. A ele é negada a sagrada pecha - vergonhas e fraquezas coletivas. Ele não pode. Ele não deve. Ele... E por isso se vão elevando os muros e estreitanto as fronteiras; seu mundo se comprimindo. Gaiola do mais raro cristal através da qual se esgueiram nossos olhos aflitos e emocionados tentando avistar, mesmo que de relance, as plumas áureas do pássaro raro.
É digna sua atitude, sábia e também bonita; (e também triste de se ver). Mas quando a maioria é indistinta, siamesa, ao diferente restam duas escolhas: confrontar a massa e ser apedrejado, devorado antropofagicamente por ela, ou encantá-la, subjugá-la, vestir a fantasia de ave mitológica, elevar-se diante de turba e deixá-la em êxtase. Depois tornar à proteção, à gaiola...
“À noite, envolvido no silêncio do seu quarto, antes de dormir”... O que procura Roberto Carlos?
Talvez a liberdade insignificante, essa dona desmazelada, sem nenhuma pintura e de cabelos muito lisos e secos, essa velha silenciosa que nivela a todos nós, mortais comuns, e para a qual não damos a menor importância.
(Mas é só uma teoria).
Roberto Carlos em um programa de televisão. Pensei no tempo que isso não acontecia e nas razões.
Paulo Coelho (meu Deus, só “medalhões” hoje) escreveu um livro (diga-se de passagem, eu não li) que se chama “O vencedor está só”, e foi a esse título que recorri para tentar desvendar as tais razões de um rei recluso.
O preço da cebola, o filho concluindo a faculdade de matemática, engarrafamentos cada vez maiores, almoço de domingo na casa do compadre (é preciso levar cerveja), rumores sobre um novo confisco da poupança, a escolha das tintas para a reforma da casa no final do ano, a crise que pode chegar ao meu emprego, ao seu... Assuntos que servem de balizadores e nivelam 99% da população em torno da mesma mesa. Rasa, profunda... Cada um que tire as próprias conclusões.
Mas com o que se preocupa Roberto Carlos? Que temas roubam horas de seu sono?
Tenho uma teoria. O vencedor está só porque a ele não é facultado o direito de ser humano. A ele é negada a sagrada pecha - vergonhas e fraquezas coletivas. Ele não pode. Ele não deve. Ele... E por isso se vão elevando os muros e estreitanto as fronteiras; seu mundo se comprimindo. Gaiola do mais raro cristal através da qual se esgueiram nossos olhos aflitos e emocionados tentando avistar, mesmo que de relance, as plumas áureas do pássaro raro.
É digna sua atitude, sábia e também bonita; (e também triste de se ver). Mas quando a maioria é indistinta, siamesa, ao diferente restam duas escolhas: confrontar a massa e ser apedrejado, devorado antropofagicamente por ela, ou encantá-la, subjugá-la, vestir a fantasia de ave mitológica, elevar-se diante de turba e deixá-la em êxtase. Depois tornar à proteção, à gaiola...
“À noite, envolvido no silêncio do seu quarto, antes de dormir”... O que procura Roberto Carlos?
Talvez a liberdade insignificante, essa dona desmazelada, sem nenhuma pintura e de cabelos muito lisos e secos, essa velha silenciosa que nivela a todos nós, mortais comuns, e para a qual não damos a menor importância.
(Mas é só uma teoria).
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