JOÃO-DE-BARRO
O poeta pantaneiro Manoel de Barros sempre me emociona. Quando quero ter contato com a beleza, vou nele. Deve ser pequeno e cheiroso esse senhor; ao menos seus versos o são e (segundo minhas fantasias) a obra é o corpo etéreo do homem. Seu reflexo ou ele mesmo.
Tem um jeito de arranjar os significados que é quase arquitetura. Vê bem! Não se trata de arquitetura de régua, ferro e concreto, mas de passarinho, de ninho, gravetos, palha e folhas secas; filhotes sem pena – famintos - e insetos regurgitados pela mãe.
Fala de uma maneira tão absurdamente simples que chega a ofender. Isso quem lhe deu foi a vida no meio do gado, olhar detido nas vazantes, a experiência de lagartear o sol do pantanal e o cheiro do esterco fresco nas pastagens. Ninguém que escreva como ele nasceu sabendo. É fruto de transcender, extrapolar o sentido das coisas, emprenhá-las.
Me socorre. Me socorre muito. Quando não me encontro com o sentimento correto, ou ainda quando não consigo botar palavra na boca de uma angústia, farejo seu rastro. Sabujo. Vou lamber-lhe os pés e lambuzar-lhe os poemas com saliva. Admiração, respeito e fé.
Acredito nele, pois é impossível desconfiar de quem permanece nascente depois de tantas alvoradas. Ele me salva... Um dia há de ser passarinho.
Melhor que seja joão-de-barro... (Só para preservar o nome de família).
O poeta pantaneiro Manoel de Barros sempre me emociona. Quando quero ter contato com a beleza, vou nele. Deve ser pequeno e cheiroso esse senhor; ao menos seus versos o são e (segundo minhas fantasias) a obra é o corpo etéreo do homem. Seu reflexo ou ele mesmo.
Tem um jeito de arranjar os significados que é quase arquitetura. Vê bem! Não se trata de arquitetura de régua, ferro e concreto, mas de passarinho, de ninho, gravetos, palha e folhas secas; filhotes sem pena – famintos - e insetos regurgitados pela mãe.
Fala de uma maneira tão absurdamente simples que chega a ofender. Isso quem lhe deu foi a vida no meio do gado, olhar detido nas vazantes, a experiência de lagartear o sol do pantanal e o cheiro do esterco fresco nas pastagens. Ninguém que escreva como ele nasceu sabendo. É fruto de transcender, extrapolar o sentido das coisas, emprenhá-las.
Me socorre. Me socorre muito. Quando não me encontro com o sentimento correto, ou ainda quando não consigo botar palavra na boca de uma angústia, farejo seu rastro. Sabujo. Vou lamber-lhe os pés e lambuzar-lhe os poemas com saliva. Admiração, respeito e fé.
Acredito nele, pois é impossível desconfiar de quem permanece nascente depois de tantas alvoradas. Ele me salva... Um dia há de ser passarinho.
Melhor que seja joão-de-barro... (Só para preservar o nome de família).
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