"PORQUE NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO" (Caetano Veloso).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CRÔNICA DO DIA.


LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS…

Quando escrevi “Leito de Procusto” o fiz com um propósito: exercitar a contenção, a economia e a forma. De tanto refletir sobre a beleza – que às vezes não precisa de muito para se manifestar – decidi “inventar” uma fórmula onde minha escrita pudesse se conter, se engaiolar sem abandonar o significado, sem deixar de dizer o que pretendia.

A tal fórmula é muito simples: são 20 linhas em word, na formatação básica do programa (sem trapaça e sem extensão de margem). No blog, em razão do espaço pré-determinado, isso dá por volta de 25 linhas.

A tarefa foi extremamente produtiva. Trabalho de jardineiro. Muitas vezes achei (modestamente) que um texto estava impecável mas, ao “jogar na fórmula” passavam duas, três linhas... Olhava consternado para ele. Olhava sem saber o que podar, contudo, se fazia necessário. Então pegava a tesoura e ia cortando ramos aqui e ali, tirando folhas-letras.

Mostrou-se uma proposta interessante, hercúlea e também muito libertadora. Fez-me enxergar que a cereja do bolo pode fazer a diferença e, outras vezes (especialmente quando não se tem nem se pode usar cereja), o que tem de estar verdadeiramente bom é a massa, senão desanda o glacê e não há cereja que o salve... Aprendi. Era o que buscava.

Agora a liberdade. Romper com o formato (mas só depois dessa crônica).

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