"PORQUE NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO" (Caetano Veloso).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CRÔNICA DA TARDE.


COCOTA CINQUENTONA

Fila de supermercado é local insólito, dos mais insólitos, devo dizer. Espaço onde se reúnem tipos comuns e incomuns.

O negócio é que estava lá eu – carrinho cheio, saco cheio – esperando a minha vez. Me envolvi com alguma revista de culinária (ou de fofoca), dessas que ficam próximas ao caixa justamente para evitar que a gente se aborreça com a espera e desista das compras, e sequer atinei para a figura que, à minha frente, depositava seus víveres sobre a esteira.

Contudo, por mais que estivesse envolvido por uma daquelas capas apelativas, chegou uma hora que não pude deixar de notar a senhora que descarregava seu carrinho. Miúda, aparentando uns cinquenta e poucos, faceirinha, boca vermelha, movia-se lépida; mais apressada que eu.

Passaria por uma senhorinha de cinqüenta e poucos anos não fossem as alegorias e adereços (pensei no locutor da liga das escolas de samba do Rio de Janeiro, falando dentro balde: alegorias e adereços, nota dez! E a galera explodindo). É, o caso dela era mais grave. (Ele de novo: Nota seis).

Blusa da filha caçula (mostrando a barriguinha), bermuda da neta (Deus é justo, mas aquela bermuda não fica atrás), elástico colorido no cabelo e rasteirinha Gisele Bundchem no pé. Eu agüento? E pagando cofrinho. (Quase depositei umas moedas para facilitar o troco, mas ia dar briga. Ah, se ia...) E ainda as tatuagens das ancas, mas isso é covardia... Tenha dó!

Um comentário:

Cristina Thomé disse...

Gui, cocota cinquentona está demais!!!!! Divertidíssimo. Beio bem grande. Te amo!